Segue aí uma reportagem muito interessante retirada do site da revista Veja, sobre as teorias do fim do mundo:
O ano de 2012 tornou-se o centro de gravidade do fim do mundo devido a uma confluência de achados proféticos. Primeiro, surgiu a tese de que a Terra será destruída com a volta do planeta Nibiru em 2012. Depois, veio à tona que o calendário dos maias, uma das esplêndidas civilizações da América Central pré-colombiana, acaba em 21 dezembro de 2012, sugerindo que se os maias, que eram tão entendidos em astronomia, encerraram as contas dos dias e das noites nesta data é porque depois dela não haverá mais o que contar.
Depois de Nibiru e dos maias, apareceram os eternos intérpretes de Nostradamus e, em seguida, vieram os especialistas em eventos geológicos e astronômicos com um vasto cardápio de catástrofes: reversão do campo magnético da Terra, mudança no eixo de rotação do planeta, bombardeio de raios letais disparados do centro da Via Láctea, devastadora tempestade solar e um derradeiro alinhamento planetário em que a Terra ficará no centro da nossa galáxia – tudo em 2012 ou, como anteciparam os maias, tudo precisamente em 21 de dezembro de 2012.
Com tantas evidências, a profecia ganhou as ruas. No dia 13 de novembro, terá lugar a estreia mundial de 2012, uma superprodução de Hollywood que conta a saga dos que tentam desesperadamente sobreviver à catástrofe final. No site da Amazon, há 275 livros sobre 2012. Nos Estados Unidos, já abriram lojas vendendo produtos para o apocalipse. Os itens mais vendidos são pastilha purificadora de água, usada pelo Exército americano, e potes de magnésio, bons para acender fogo. É sinal de que os compradores estão preocupados com água e fogo, numa volta ao tempo das cavernas.
Na Universidade Cornell, que mantém um site sobre curiosidades do público a respeito de astronomia, disparou o número de perguntas sobre 2012. Há os que se divertem, pois não acreditam na profecia. Entre os que acreditam, os sentimentos vão da tensa preocupação, como é o caso de Patrick Geryl, autor de três livros sobre 2012, todos publicados no Brasil, até o pavor incontrolável. O fim do mundo é uma ideia que nos aterroriza - e, nesse formidável paradoxo que somos nós, também pode ser a ideia que mais nos acalma e nos consola. Por isso é que ela existe.
No inventário dos fracassos humanos, talvez não haja proposta tão malsucedida quanto à de marcar data para o fim do mundo. Falhou 100% das vezes, mas continua a se espalhar com saúde e vigor, resistindo ao tempo, à razão e à ciência. As tentativas de explicar esse fenômeno são uma viagem fascinante pela alma, pela psique, pelo cérebro humano.
Uma das explicações atualmente mais aceitas está no fato de que o nosso cérebro é uma máquina programada para extrair sentido do mundo. Assim, somos levados a atribuir ordem e significado às coisas, mesmo onde tudo é aleatório, casual e fortuito. As constelações de estrelas no céu, por exemplo, são uma criação mental através da qual organizamos o caos estelar. Ao enxergar as constelações de Órion ou Andrômeda, encontramos ordem e sentido. O dado complicador é que a vida, no céu e na terra, deve muito mais às contingências do acaso do que ao determinismo. O espermatozóide que fecundou o óvulo que gerou Albert Einstein foi um produto do acaso, resultado de uma disputa entre espermatozóides resolvida por milésimos de segundo. Assim como aconteceu, podia não ter acontecido.
Nenhuma das hipóteses do fim do mundo para 2012 mencionadas nesta reportagem faz sentido. O planeta Nibiru, que voltaria em 2012 ameaçando a Terra, nem sequer existe. Os maias, cultura cujo auge deu-se entre os anos 300 e 900 da era cristã, tinham três calendários - o divino, o civil e o de longa contagem, que acaba em 2012. "Mas os maias nunca disseram que isso era o fim do mundo", afirma David Stuart, da Universidade do Texas, considerado um dos maiores especialistas do mundo em epigrafia maia. Uma mudança no eixo de rotação da Terra é simplesmente impossível. "Isso nunca aconteceu e nunca acontecerá", garante David Morrison, cientista da Nasa, agência espacial americana.
Reversão do campo magnético da Terra? Acontece de vez em quando, de 400.000 em 400.000 anos, e não causa nenhum mal à vida na Terra. Tempestade solar? Também acontece e em nada nos afeta. Derradeiro alinhamento planetário em que a Terra ficará no centro da galáxia? Não haverá nenhum alinhamento planetário em 2012 e, bem, quem souber onde fica o centro da nossa galáxia ganha uma viagem interplanetária.
O ano de 2012 tornou-se o centro de gravidade do fim do mundo devido a uma confluência de achados proféticos. Primeiro, surgiu a tese de que a Terra será destruída com a volta do planeta Nibiru em 2012. Depois, veio à tona que o calendário dos maias, uma das esplêndidas civilizações da América Central pré-colombiana, acaba em 21 dezembro de 2012, sugerindo que se os maias, que eram tão entendidos em astronomia, encerraram as contas dos dias e das noites nesta data é porque depois dela não haverá mais o que contar.
Depois de Nibiru e dos maias, apareceram os eternos intérpretes de Nostradamus e, em seguida, vieram os especialistas em eventos geológicos e astronômicos com um vasto cardápio de catástrofes: reversão do campo magnético da Terra, mudança no eixo de rotação do planeta, bombardeio de raios letais disparados do centro da Via Láctea, devastadora tempestade solar e um derradeiro alinhamento planetário em que a Terra ficará no centro da nossa galáxia – tudo em 2012 ou, como anteciparam os maias, tudo precisamente em 21 de dezembro de 2012.
Com tantas evidências, a profecia ganhou as ruas. No dia 13 de novembro, terá lugar a estreia mundial de 2012, uma superprodução de Hollywood que conta a saga dos que tentam desesperadamente sobreviver à catástrofe final. No site da Amazon, há 275 livros sobre 2012. Nos Estados Unidos, já abriram lojas vendendo produtos para o apocalipse. Os itens mais vendidos são pastilha purificadora de água, usada pelo Exército americano, e potes de magnésio, bons para acender fogo. É sinal de que os compradores estão preocupados com água e fogo, numa volta ao tempo das cavernas.
Na Universidade Cornell, que mantém um site sobre curiosidades do público a respeito de astronomia, disparou o número de perguntas sobre 2012. Há os que se divertem, pois não acreditam na profecia. Entre os que acreditam, os sentimentos vão da tensa preocupação, como é o caso de Patrick Geryl, autor de três livros sobre 2012, todos publicados no Brasil, até o pavor incontrolável. O fim do mundo é uma ideia que nos aterroriza - e, nesse formidável paradoxo que somos nós, também pode ser a ideia que mais nos acalma e nos consola. Por isso é que ela existe.
No inventário dos fracassos humanos, talvez não haja proposta tão malsucedida quanto à de marcar data para o fim do mundo. Falhou 100% das vezes, mas continua a se espalhar com saúde e vigor, resistindo ao tempo, à razão e à ciência. As tentativas de explicar esse fenômeno são uma viagem fascinante pela alma, pela psique, pelo cérebro humano.
Uma das explicações atualmente mais aceitas está no fato de que o nosso cérebro é uma máquina programada para extrair sentido do mundo. Assim, somos levados a atribuir ordem e significado às coisas, mesmo onde tudo é aleatório, casual e fortuito. As constelações de estrelas no céu, por exemplo, são uma criação mental através da qual organizamos o caos estelar. Ao enxergar as constelações de Órion ou Andrômeda, encontramos ordem e sentido. O dado complicador é que a vida, no céu e na terra, deve muito mais às contingências do acaso do que ao determinismo. O espermatozóide que fecundou o óvulo que gerou Albert Einstein foi um produto do acaso, resultado de uma disputa entre espermatozóides resolvida por milésimos de segundo. Assim como aconteceu, podia não ter acontecido.
Nenhuma das hipóteses do fim do mundo para 2012 mencionadas nesta reportagem faz sentido. O planeta Nibiru, que voltaria em 2012 ameaçando a Terra, nem sequer existe. Os maias, cultura cujo auge deu-se entre os anos 300 e 900 da era cristã, tinham três calendários - o divino, o civil e o de longa contagem, que acaba em 2012. "Mas os maias nunca disseram que isso era o fim do mundo", afirma David Stuart, da Universidade do Texas, considerado um dos maiores especialistas do mundo em epigrafia maia. Uma mudança no eixo de rotação da Terra é simplesmente impossível. "Isso nunca aconteceu e nunca acontecerá", garante David Morrison, cientista da Nasa, agência espacial americana.
Reversão do campo magnético da Terra? Acontece de vez em quando, de 400.000 em 400.000 anos, e não causa nenhum mal à vida na Terra. Tempestade solar? Também acontece e em nada nos afeta. Derradeiro alinhamento planetário em que a Terra ficará no centro da galáxia? Não haverá nenhum alinhamento planetário em 2012 e, bem, quem souber onde fica o centro da nossa galáxia ganha uma viagem interplanetária.
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